Além da Viradouro, que ficou em segundo lugar na elite do samba do Rio, mais duas escolas de Niterói participaram com garra e brilhantismo no carnaval do Rio: a Cubango e a Sossego. A verde e branco com enredo “Igbá Cubango – A alma das coisas e a arte dos milagres” ganhou o Estandarte de Ouro do Jornal O Globo e quase sobe para o grupo Especial, ficando em segundo lugar. Já a Sossego veio com o enredo “Não se meta com minha fé, acredito em quem quiser”, pregando a tolerância religiosa. A Sossego e a Cubango estarão representando Niterói na série A em 2020.
Para o presidente da Neltur, Luiz Fernandes Braga, as três escolas são símbolos culturais, que marcam o samba autêntico, o samba de pé e a cada ano se apresentam com originalidade e profissionalismo na competição do Rio. A Viradouro, afirma, chegou ao patamar da elite do samba e passou a ser uma grande atração de apelo turístico para Niterói. Cubango e Sossego seguem o mesmo caminho, ressalta o presidente da Neltur.
Viradouro retorna a elite do samba
Com três décimos a menos que a campeã Mangueira, a Viradouro retorna a elite do samba como vice-campeã de 2019, com o enredo “Viraviradouro”, sobre contos mágicos, resgatando a inocência da infância perdida ao longo da vida. “Acabou a lenda que toda escola que sobe, desce! Obrigado, Viradouro”, comemorou o carnavalesco da escola Paulo Barros. “E vamos combinar, né. Perder para a Mangueira, com esse samba, com essa história, com esse chão, é um senhor resultado, destacou.
O presidente da escola, Marcelo Calil, afirmou ser um feito importante, até então é o melhor para uma escola que sobe. Estamos orgulhosos em retornar nessa posição. “A escola muda de patamar no Grupo Especial do Rio de Janeiro”, ressaltou.
A Viradouro protagonizou o melhor desfile do Grupo Especial no domingo, quando foi a segunda a desfilar. Repleta de efeitos, a vermelho e branca encheu a Sapucaí de histórias que encantam o mundo. Bruxas, magos e princesas invadiram a Sapucaí. Paulo Barros deixou sua marca com alegorias criativas e coloridas. Efeitos com hidrogênio fizeram mágica nos carros e na comissão de frente.
A quadra ficou pequena para a comemoração.
Cubango é bicampeã do Estandarte de Ouro na Série A
A torrencial chuva que caiu no Sambódromo, não impediu a impecável apresentação da Acadêmicos do Cubango, que ganhou pela segunda vez seguida o Estandarte de Ouro de melhor escola e melhor samba-enredo da Série A, com o enredo “Igbá Cubango: a alma das coisas e a arte dos milagres”, de Gabriel Haddad e Leonardo Bora, que estrearam ano passado na verde e branco de Niterói. O Estandarte de Ouro é promovido pelo Jornal O Globo.
O enredo falou de objetos de devoção que, segundo a sinopse, “possuem alma e contam histórias”, como carrancas, figas, patuás, balangandãs e velas. E com destaque também do boneco Babalotim (a principal escultura do abre-alas), que foi cantado no samba de 1979, “Afoxé”, um clássico reeditado em 2009.
O samba-enredo lembra a quadra (“aos pés do morro fiz o meu terreiro”), o orixá (“atotô, eu bato cabeça pra Omulu”) e tem dois refrões empolgantes, que ajudaram a acordar a Sapucaí, já que a verde e branco foi a última a desfilar na Série A, pouco antes do amanhecer de domingo de Carnaval.
Ano passado, o enredo foi “O rei que bordou o mundo”, sobre Bispo do Rosário. Haddad e Bora conseguiram traduzir a obra do artista plástico com fantasias e alegorias originais, de colorido encantador e em sintonia com a estética do homenageado.
O presidente da Neltur, Luiz Fernandes Braga, destacou que a Cubango sempre foi uma escola guerreira, criativa e muito samba no pé. “É um símbolo de nossa cultura e um patrimônio turístico. Merecedora do Estandarte de Ouro”, ressaltou.